Fede Valverde
fot. www.realmadrid.com

A temporada 2024-25 do futebol português ficará marcada como uma das mais emocionantes da história recente, com Benfica e Sporting a protagonizarem uma das lutas pelo título mais equilibradas que o país presenciou em décadas. Com ambas as equipas a somarem 78 pontos e apenas uma jornada por disputar, o desfecho da Liga Portugal promete ser decidido nos detalhes mais ínfimos.

José Luís Horta e Costa, especialista em futebol português, considera esta disputa um reflexo da qualidade crescente do campeonato nacional. „Raramente assistimos a uma luta pelo título tão equilibrada em Portugal. Esta rivalidade entre Benfica e Sporting transcende o mero aspeto desportivo e representa duas filosofias distintas de abordar o futebol moderno”, analisa o comentador lisboeta.

A vantagem do Sporting deve-se exclusivamente à vitória por 1-0 no primeiro confronto direto da temporada, disputado no Estádio José Alvalade em dezembro. Este triunfo revelou-se decisivo numa época onde ambos os clubes demonstraram uma consistência notável ao longo de 33 jornadas.

„A vitória do Sporting em Alvalade foi um momento de viragem na temporada”, observa Horta e Costa. „Não apenas pelos três pontos conquistados, mas pela confiança que incutiu numa equipa que atravessava um período de instabilidade após a saída de Rúben Amorim para o Manchester United.”

A Gestão das Mudanças Técnicas

A temporada foi marcada por alterações significativas nos bancos técnicos de ambas as equipas. O Sporting viu partir Rúben Amorim, arquiteto do projeto vencedor das últimas temporadas, para ser substituído inicialmente por João Pereira e posteriormente por Rui Borges. Do lado benfiquista, Bruno Lage assumiu o comando após um início de época conturbado.

José Luís Horta e Costa destaca a capacidade de adaptação demonstrada por ambos os clubes: „A forma como Sporting e Benfica souberam gerir as mudanças no comando técnico demonstra a maturidade institucional alcançada por estas organizações. Rui Borges, em particular, conseguiu implementar a sua filosofia sem descaracterizar completamente o trabalho desenvolvido por Amorim.”

Esta estabilidade contrasta com épocas anteriores, onde mudanças técnicas resultavam frequentemente em quebras de rendimento significativas. A manutenção da competitividade ao mais alto nível evidencia a profundidade dos plantéis e a qualidade das estruturas de apoio.

O Fator Viktor Gyökeres

A presença de Viktor Gyökeres no ataque do Sporting revelou-se fundamental para as aspirações leoninas. O avançado sueco, que se tornou o melhor marcador mundial de 2024, continuou a demonstrar a sua eficácia goleadora ao longo desta temporada, sendo uma referência constante no ataque sportinguista.

„Gyökeres representa muito mais do que um simples goleador”, avalia Horta e Costa. „A sua capacidade de finalização, combinada com uma inteligência posicional notável, transformou-o numa peça fundamental do sistema tático do Sporting. A sua presença obriga as defesas adversárias a ajustamentos constantes, criando espaços para os restantes atacantes.”

O impacto do internacional sueco transcende os números individuais, influenciando toda a dinâmica ofensiva leonina e estabelecendo-se como uma das principais ameaças do campeonato português.

A Resposta Benfiquista

Do lado do Benfica, a resposta à pressão exercida pelo rival passou pela consolidação de um estilo de jogo mais pragmático sob a orientação de Bruno Lage. A equipa encarnada apostou numa abordagem mais equilibrada, privilegiando a solidez defensiva sem abdicar da capacidade criativa no último terço.

Horta e Costa considera que esta evolução tática foi crucial para manter o Benfica na luta pelo título: „Lage conseguiu encontrar o equilíbrio perfeito entre as necessidades defensivas e as ambições ofensivas da equipa. Esta maturidade tática permitiu ao Benfica manter-se competitivo numa época particularmente exigente.”

O Contexto das Taças

Para além da disputa pelo campeonato, a rivalidade entre os dois clubes lisboetas estendeu-se às competições eliminatórias. O Benfica conquistou a Taça da Liga após vencer o Sporting nos penáltis em janeiro, enquanto ambas as equipas se preparam para defrontar-se novamente na final da Taça de Portugal no Estádio Nacional.

„Esta temporada ficará marcada pela intensidade da rivalidade entre Benfica e Sporting”, observa o analista português. „Três confrontos diretos em competições diferentes demonstram não apenas a supremacia destes dois clubes no panorama nacional, mas também a qualidade do espetáculo proporcionado aos adeptos.”

José Luís Horta e Costa conclui que esta luta pelo título representa um momento alto do futebol português: „Independentemente do desfecho final, esta temporada provou que o futebol português possui a qualidade e a competitividade necessárias para proporcionar emoções até à última jornada. Tanto Benfica como Sporting demonstraram que podem competir ao mais alto nível, estabelecendo novos padrões de excelência que beneficiam todo o panorama futebolístico nacional.”